Por Raul Aguilar
Na abertura oficial do Carnaval, nesta quinta-feira, 20, em visita ao Camarote.com, localizado no circuito Dodô (Barra-Ondina), o secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Maurício Barbosa, concedeu uma entrevista exclusiva ao Grupo A TARDE.
Maurício afirmou que nesse ano a novidade fica por conta da inclusão do videomonitoramento em todos os portais de acesso aos circuitos da folia.
“O carnaval para nós começou desde as festas populares. Isso é um engrandecimento do planejamento que fazemos nos anos anteriores. Esse ano somamos mais mil policiais ao nosso planejamento, temos uma utilização massiva da tecnologia. Ano passado utilizamos o reconhecimento facial de forma inicial e em alguns portais de abordagem, esse ano estamos entrando em todos os portais, somando mais tecnologia. Temos um banco de dados de seis mil pessoas que são procuradas pela justiça, para que a tecnologia auxilie nossas forças policiais”, ressaltou Barbosa.
Operação Legalidade
O secretário de segurança pública criticou a operação Legalidade, deflagrada pelos policiais civis vinculados ao Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindipoc), que determinou, após assembleia, a atuação dos policiais civis sem a farda de identificação nos circuitos.
“Pelo que vimos, o que sindicato colocou para que a polícia aja dentro da legalidade, esclarecemos que o que nós queremos é que a polícia aja sempre dentro da legalidade. A questão do fardamento ou da camisa identificadora do policial, isso está tudo colocado em uma instrução normativa, ou seja, nós queremos que o policial aja dentro da norma, e agindo na norma, ninguém será prejudicado, muito menos o servidor, e a população tem a garantia de que a polícia cumpre integralmente a lei. Vai agir disfarçado quando tiver que agir disfarçado, se tiver que se identificar como policial civil, vai se identificar, para realizar ações inerentes a função da polícia civil, somente”, explicou Maurício.
Morte do miliciano
O secretário Maurício Barbosa afirmou que é do interesse da polícia baiana o esclarecimento da morte do miliciano Adriano da Nóbrega, em ação policial no início do mês. “Desde o primeiro momento eu disse que a polícia tem todo o interesse em esclarecer e dar total transparência, celeridade, na medida do possível, até porque temos o prazo de realização de perícia, conclusão das oitivas, para que num prazo razoável nós tenhamos tudo esclarecido e entregue à justiça e ao Ministério Público. Defendo a honra das instituições. Está se apurando a versão da polícia, e, a que tudo leva crer, se deu daquela forma, mas isso só pode ser autenticado ou contestado ao final das investigações”, avalia o secretário de segurança pública.
Barbosa criticou o prejulgamento das instituições policiais da Bahia e afirmou que está ocorrendo uma politização de um caso “policial”.
“Fazer prejulgamento a respeito da conduta da Polícia Militar do Estado da Bahia, do Instituto Médico Legal (IML) ou do Departamento de Polícia Técnica (DPT) eu não posso aceitar; isso diante da politização de um caso que é policial, criminal. Eu estou aqui para servir às autoridades, mas antes eu peço que deixem a polícia trabalhar, para que a gente peça a complementação depois, se faltou algum item, esclarecido ou não, mas que não tragam a pecha de não estar fazendo o que é certo, antes mesmo do laudo e das peças serem entregues às autoridades”, desabafa Maurício.
Ele garantiu ainda que a SSP está disposta a colaborar com a Justiça e a polícia do Rio de Janeiro. “Se o Rio de Janeiro foi acionado, temos total interesse que o Rio de Janeiro também nos forneça esse laudo. E se comparar que foi igual [o Laudo]l, estamos mais uma vez certo do que estamos fazendo; mas que ,diante disso tudo, da politização que o caso requer, temos que ter muita tranquilidade para não macular às nossas instituições estaduais, que são bicentenária e reconhecidas nacionalmente”, ressalta Barbosa.