O ano de 2020 é realmente de comemoração para o Carnaval de Salvador. Além da Banda Eva, que neste ano chegou as suas quatro décadas, outro grande ícone do axé que também ‘quarenta’ é a Banda Cheiro.
Sob o comando da cantora Vina Calmon, o grupo, que atendia pelo nome “Cheiro de Amor” fará festa de milhares de foliões na noite deste sábado, 22, no Circuito Dodô (Barra-Ondina).
Enquanto a apresentação não começa, a expectativa dos fãs que sairão no bloco da banda só aumenta e é graças ao seu amor pela banda que os foliões superam até mesmo limites físicos para acompanhar o grupo.

Exemplo disso é a artista Rejane Sousa, 40. Ela que toca com as filhas de Ghandy, não mexe os membros inferiores desde o ano passado após sofrer uma queda, mas não deixou que a cadeira de rodas a impedisse de comemorar.
“Admiro o bloco há muito tempo. E nao podia deixar de comemorar a resistência do Cheiro, diz.
A única queixa de Rejane é com relação a acessibilidade. Ela e a família acharam difícil chegar devido a falta de uma via preferencial. Apesar do transtorno, ela conta que não podia deixar de vir celebrar o aniversário da sua banda favorita.
“É o primeiro carnaval que vim após o acidente e também será o primeiro que terei a honra de acompanhar o Bloco Cheiro de amor”, afirma.
Família Cheiro
Em meio a concentração, um animado grupo se destaca. De mortalha, como eram os primeiros carnavais da Cheiro, o professor René Couto, 43, nem sabe dizer ao certo quantas folias já fez pela banda.
“So venho para o Carnaval pra sair no cheiro. Isso aqui é bom demais, agrega pessoas, resgata a música boa.

Além de ser fã da música da Cheiro, René considera o bloco uma verdadeira familia, pois é onde encontra amigos.
“Cheiro é amor, é família. Aqui reencontro pessoas lá de trás, de quando fiz a primeira graduação”, relembra.
A também professora Josilda Silva, 51, diz que também tem esse mesmo sentimento e conta que todos os anos sai com a banda Cheiro. Após três anos sem colocar o bloco nas ruas, o aniversário do grupo marca também o retorno ao circuito
“Sou Cheiro desde a época de Márcia Freire, Carla Visi. Quando o bloco não saia, fui atrás dos híbridos, mas isso aqui é meu bloco de coração”, diverte-se.
*Sob supervisão da editora Keyla Pereira