Por Bruno Luiz
A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) pediu ao governador Rui Costa (PT), de quem é apoiadora, que mude a maneira de tratar os servidores públicos estaduais. Na avaliação dela, o petista tem colocado a população contra os funcionários, o que tem ajudado a azedar a relação entre o governo e as entidades que representam os trabalhadores, tradicionalmente mais alinhadas ao PT e a outros partidos de esquerda.
Nesta segunda, 24, Rui foi alvo de um protesto organizado por centrais sindicais e sindicatos, que saíram em marcha na Mudança do Garcia, criticando-o pela aprovação da reforma da Previdência do estado. O governador foi comparado, pelos manifestantes, ao presidente Jair Bolsonaro.
“Não dá para ficar essa contradição entre servidor e povo, como o governador quis passar, dizendo que o povo estava se sacrificando para pagar salários de R$ 30, R$ 40 mil, quando a maioria dos servidores ganha baixíssimos salários. Precisa acabar com essa contradição porque a população, quando precisa acessar os direitos, é o servidor que ele vai buscar, lá na ponta, no posto de saúde, na emergência, na escola”, defendeu a comunista, ao participar da Mudança do Garcia.
Previdência municipal
A vereadora manifestou preocupação com o anúncio do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), de que o projeto de reforma da Previdência dos servidores municipais que será encaminhado à Câmara Municipal após o Carnaval trará o regime de capitalização. A proposta também foi incluída no texto original da reforma, criado pela equipe do ministro da Economia Paulo Guedes, mas acabou ficando de fora do que foi aprovado no Congresso Nacional.
“Esse sistema de capitalização não deu certo em lugar nenhum. Lá no Chile, temos idosos se suicidando por causa da falência desse sistema de capitalização”, afirmou Aladilce. Ela também pediu que, antes de o projeto começar a ser discutido, a prefeitura divulgue dados sobre o déficit atuarial da Previdência municipal, estimado em R$ 7 bilhões pela Secretaria Municipal de Gestão (Semge).